segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Resumos das apresentações orais realizadas no evento

AVALIAÇÃO DA LIPOPEROXIDAÇÃO EM PEIXE COMO POTENCIAL BIOMARCADOR DE CONTAMINAÇÃO AQUÁTICA
GOMES E. G.1, MACHADO A. A. S.1, HOFF M.L.M.1, BIANCHINI A.1
Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil

A contaminação aquática por pesticidas, metais e hidrocarbonetos pode ser monitorada usando-se biomarcadores. A lipoperoxidação (LPO) é um biomarcador que pode ser induzido pela exposição a contaminantes como atrazina (pesticida), cobre (metal) e fenantreno (hidrocarboneto). Avaliar LPO em músculo, brânquia e fígado do peixe Poecilia viviparaapós exposição a cobre, atrazina e fenantreno. Machos de P. vivípara foram coletados no Arroio do Gelo (Rio Grande, RS), aclimatados à salinidade 24, fotoperíodo 12:12 h C:E e 20°C, e expostos (96 h) aatrazina(controle, controle metanol, 2, 10, 100µg/L), Cu (controle, 5, 9 e 20µg Cu/L) e fenantreno (controle, controle DMSO, 10, 20, 200µg/L) em água do mar filtrada (0,5 µm). Após expostos, os peixes foram anestesiados e retirados brânquias, fígado e músculo. A LPO foi avaliada nestes tecidos através do método TBARS. ANOVA, Kruskal Wallis e coeficiente de correlação linear de Spearman foram utilizados. Os peixes expostos ao cobre apresentaram um aumento da LPO branquial e hepática em função da concentração do metal (brânquia r = 0,83; fígado r = 0,90). A exposição a 100 µg/L de atrazina induziu aumento da LPO branquial. Por sua vez, a exposição a 10 µg/L causou uma diminuição da LPO muscular. No fígado, observou-se uma tendência de diminuição da LPO com o aumento da concentração de atrazina (r = -0,88). A exposição a 10 µg/L de fenantreno causou um aumento da LPO branquial. No músculo, este contaminante causou um aumento da LPO em função da concentração (r = 0,94). Por sua vez, não foi observada variação significativa na LPO hepática. Os resultados obtidos indicam que o cobre, a atrazina e o fenantreno afetam a LPO em tecidos de P. vivipara, porém o efeito é dependente do tecido analisado e da concentração testada. Assim, um aumento da LPO muscular remete à exposição ao fenantreno, enquanto uma diminuição da LPO hepática em paralelo a um aumento da LPO branquial remete à exposição à atrazina e um aumento da LPO hepática conjuntamente a um aumento da LPO branquial remete à exposição ao cobre.  Estes resultados indicam que a LPO se constitui em um potencial biomarcador para identificar a exposição de peixes à contaminação por fenantreno, atrazina e cobre em ambientes estuarinos.

Palavras-Chave: Cobre, Fenantreno, Atrazina, Poeciliavivipara, Estresse Oxidativo.




CITOTOXICIDADE DO COBRE EM CÉLULAS BRANQUIAIS DE INVERTEBRADOS EURIALINOS
Galvão, S.J. Souza, M.M
Instituto de Ciências Biológicas-ICB. Universidade Federal do Rio Grande-FURG.

         Atividades antrópicas têm contribuído para o aumento de metais no ambiente aquático. Assim sendo metais como o Cu (cobre) tem sido introduzido no ambiente, especialmente, por meio de efluentes indústrias. Sabe-se que na maioria dos animais aquáticos, o primeiro órgão a ter contato com o metal ou outra substância tóxica é a brânquiaque serve então como porta de entrada para tais substâncias podendo causar toxicidade. Portanto tivemos por objetivo analisar a citotoxicidade deste metal tanto em brânquias do marisco branco Mesodesma mactroides como em brânquias do siri-azul Callinectes sapidus, que em estudos anteriores já mostrara variação de volume celular como resposta a exposição ao metal. Para tanto, foi feita a dissociação mecânica do tecido branquial a fim de se obter células para exposição ao cobre nas concentrações de 1, 5 e 10 mM, por 5 h. Após o período de exposição, utilizou-se o método de exclusão do azul de tripan, para avaliar a citotoxicidade. Os valores de viabilidade celular foram comparados por uma análise de variância (um fator), para cada espécie estudada. Nossos resultados mostraram uma queda progressiva na viabilidade das células do marisco, nas concentrações de 1 e 5mM a queda foi de aproximadamente 20 a 30%, enquanto na concentração de 10mM a diminuição foi ainda maior, aproximadamente 40% (P<0,001). Já nas células do siri notamos que somente na maior concentração houve uma queda de aproximadamente 20% na viabilidade celular (P= 0,002). Nossos resultados indicam a citotoxicidade de cobre (nas concentrações utilizadas) sobre as células branquiais das duas espécies estudadas. Além disso, os resultados sugerem que as células de marisco apresentam maior sensibilidade ao metal do que as do siri.

Palavras-chave: Mesodesmasmactroides, Callinectessapidus, toxicidade.
Tema: Toxicologia.
Apoio Financeiro: CNPq



ESTUDO TOXICOLÓGICO DE SOLOS CONTAMINADOS POR PETRÓLEO EM ROEDORES SILVESTRES

Almeida, Krissia Aparecida, da Silva Júnior, Flavio Manoel Rodrigues, Colares, Elton Pinto, Muccillo-Baisch, Ana Luíza. 
1LEFT - Laboratório de Ensaios Farmacológicos e Toxicológicos, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FURG, Rio Grande - RS, Brasil
email: kris.toxico@gmail.com


Os hidrocarbonetos são contaminantes orgânicos, geralmente de natureza antropogênica e se destacam como um importante grupo de contaminantes presentes no solo. Atividades petroquímicas como o processo e refino na produção de petróleo, assim como, acidentes que envolvem o derramamento direto de seus produtos e derivados em corpos receptores, elevam consideravelmente os níveis ambientais de hidrocarbonetos. Uma espécie silvestre de roedores nativos da região sul do Brasil, Calomys laucha, tem sido utilizada como modelo experimental para investigar diversos efeitos tóxicos de metais. No entanto, estudos sobre efeitos de fontes orgânicas de contaminantes, tais como o petróleo, são inexistentes. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da exposição a solos contaminados ambientalmente (I) e artificialmente (II) por petróleo, em parâmetros hematológicos e no peso do corporal e do fígado de Calomys laucha. Os animais foram expostos a três tipos de solo: controle, contaminado artificialmente (solo controle + petróleo 4% v/v) e o contaminado ambientalmente (landfarming), este coletado do Pólo Petroquímico Sul em Triunfo - RS. Cerca de 1 kg de solo foi colocado no fundo das gaiolas e os animais foram expostos por 14 dias onde receberam alimentação e água ad libitum. A partir dos dados analisados, foi possível constatar efeitos negativos nos animais expostos aos dois tipos de solos contaminados, dentre eles, diminuição do peso corporal, aumento do fígado, alterações nos números de leucócitos e plaquetas. Os resultados obtidos evidenciam que a utilização de pequenos mamíferos silvestres é importante para o conhecimento de aspectos biológicos e fisiológicos dessa espécie e determinantes na avaliação da contaminação ambiental por compostos orgânicos.

Palavras-chave: Calomys laucha; hidrocarbonetos; parâmetros hematológicos; compostos orgânicos.



TOXICIDADE DE METAIS PARA O COPÉPODE EURIALINO Acartia tonsa DANA 1849
MARCELA LOPEZ ALVEZ1,2, SUAMY CRUZ1,3, SAMANTHA ESLAVA MARTINS1
1
FURG - Universidade Federal de Rio Grande, Instituto de Ciências Biológicas, Rio Grande, RS, Brasil; 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas – Fisiologia Animal Comparada; 3 Curso Superior de Tecnologia em Toxicologia Ambiental
Email: celinha_lopez@hotmail.com
           Devido o aumento da contaminação, proveniente das atividades antrópicas, o ambiente hídrico tem sido afetado e sua biota prejudicada. Dentre esses contaminantes, encontram-se os metais, como por exemplo o cádmio (Cd) e o chumbo (Pb), que podem interagir com os organismos exercendo efeito tóxico. Portanto, o objetivo deste estudo foi determinar a toxicidade aguda dos metais cádmio e chumbo para o copépode Acartia tonsa, em sua fase naupliar. A. tonsa é uma espécie eurialina, euritérmica e cosmopolita. Foram feitos testes para a determinação da toxicidade aguda (CL50) de cada metal, nas quais foram utilizadas concentrações de 10 a 810 µg Cd/L  e de 10 a 160 µg Pb/L, mais os grupos controle. Após as 48 h os organismos vivos foram quantificados, e a CL50 foi determinada, através do método dos Probitos. O valor de CL50-48 h para o cádmio foi de 52,147 (37 – 69,9) µg/L e para chumbo foi de 62,91 (48,5 – 86,2) µg/L. Embora os dados estatísticos mostraram que não existe diferença entre a toxicidade aguda dos metais Cd e Pb para os náuplios de A. tonsa, pode-se inferir que há uma tendência de toxicidade entre os metais, na ordem que se segue: Cd>Pb. Em relação ao cádmio, o copépode Acartia tonsa apresentou sensibilidade cerca de dez vezes maior que as outras espécies já testadas, descritas na literatura. Já quanto ao chumbo, são poucos os trabalhos publicados que permitem a comparação dos resultados obtidos neste estudo. Nenhum dos dois metais é essencial aos organismos, e o mecanismo de toxicidade pode estar relacionado à interferência no transporte de cálcio, conforme descrito para outros crustáceos. O copépode A. tonsa é um organismo que atende às características necessárias para ser usado em testes, portanto, essa espécie (em seus estágios iniciais) deve ser sugerida para padronização de uso em testes ecotoxicológicos no Brasil, com vistas ao refinamento dos padrões de qualidade de água hoje existentes.

Palavras chave: cádmio, chumbo, toxicidade aguda, náuplios


DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DE MICRONÚCLEOS EM ERITRÓCITOS DA RÃ-BOIADEIRA Pseudis minuta Günther, 1858: RESULTADOS PRELIMINARES

MARCELO ESTRELLA JOSENDE 1,2, MARCELO TAVARES ALALAN 1,2, MAURO CÉSAR L. M. DE OLIVEIRA3, ALEXANDRO MARQUES TOZETTI1 & SAMANTHA ESLAVA MARTINS1

1 Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Instituto de Ciências Biológicas, Rio Grande, RS, Brasil; 2 Curso de Tecnologia em Toxicologia Ambiental; 3 Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica. Email: marcelojosende@yahoo.com.br

            Micronúcleos são formados por cromossomos parciais ou totais, que não foram incorporados às células filhas durante o processo de replicação celular, e aparecem no meio citosólico na forma de miniaturas do núcleo celular. O presente trabalho visa apresentar dados obtidos através da análise quantitativa de micronúcleos nas células sanguíneas (eritrócitos) da rã-boiadeira Pseudis minuta, com a finalidade de determinar regiões impactadas por agentes tóxicos. Para tal, os espécimes utilizados foram anestesiados, e logo após foi feita a coleta de sangue do coração de cada rã, sendo preparadas duas lâminas por meio de esfregaço para cada indivíduo, fixadas em metanol e coradas com Giemsa. A frequência de micronúcleos foi determinada por análise de 1000 eritrócitos em cada lâmina, perfazendo um total de 2000 células por indivíduo (N=13), nos quais a incidência de micronúcleos variou de 1‰ a 11‰. Os resultados mostram que a área de coleta dos animais, que se situa próximo à reserva ambiental do Taim, oferece a esses organismos um nível de estresse maior do que o esperado para tal região, fato esse constatado pelo alto índice de ocorrência de micronúcleos observados na maioria das lâminas analisadas. Conclui-se desta forma que o trabalho em questão serve como ponto de partida para que estudos posteriores sejam realizados, a fim de determinar qualitativamente e quantitativamente a presença de agentes tóxicos, bem como seus efeitos nocivos aos compartimentos ambientais como um todo.

Palavras-chave: genotoxicidade, contaminação ambiental, anfíbio anuro




DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS PARA INDUÇÃO DA DESOVA NO Marisco Branco Mesodesma mactroides Desahyes 1854
MARCELO MORAES SIMAS1,3, JOANA ARRIECHE1,2, LUCILENE CASTRO1,2, MARCELA LOPEZ ALVEZ1,3 ROBSON RABELO VELASQUES1,2, SUAMY MACHADO CRUZ1,2, VERA REGINA DOS SANTOS1,2 & SAMANTHA ESLAVA MARTINS1
1Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Instituto de Ciências Biológicas, Rio Grande, RS, Brasil, 2Curso de Tecnologia em Toxicologia Ambiental, 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas – Fisiologia Animal Comparada
Email: marcelomstine@yahoo.com.br

As praias do extremo sul do Rio Grande do Sul apresentam características geoquímicas que conferem a elas a presença de grande riqueza biológica. Porém, com o desenfreado crescimento urbano e industrial, vem aumentando o aporte de contaminantes nos ambientes costeiros. O cobre é um dos principais contaminantes liberados na Lagoa dos Patos (RS), a partir da qual atinge a região costeira. Portanto, o presente estudo tem como o objetivo desenvolver metodologias para indução da desova no Mesodesma mactroides Marisco Branco, visando acompanhar todo desenvolvimento embrio-larval dessa espécie, com o intuito de realizar testes de toxicidade com efeitos sub-letais em seus estágios iniciais do desenvolvimento, onde esses se encontram mais susceptíveis aos contaminantes. Os exemplares do Marisco Branco foram coletados durante a primavera de 2010, verão e outono de 2011 nas Praias do Mar Grosso (São José do Norte, RS) e Cassino (Rio Grande, RS). Após a coleta os organismos foram transportados para o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) – FURG. Os bivalves foram aclimatados durante duas semanas no mínimo em um bloco de plástico contendo água do mar (filtrada a 50 μm) na salinidade 30, em constante aeração e temperatura regulada a 20 ºC. Diariamente os moluscos eram alimentados com microalgas das espécies TFL (Thalassiosira fluviatilis) e ISO (Isochrysis galbana). Após a aclimatação os organismos receberam estresses indutivos de naturezas térmica, biológica e osmótica. Contudo, ambas as metodologias foram ineficazes quanto à liberação de gametas nos organismos coletados durante o final da primavera, verão e outono, apontando que nesses períodos os organismos se encontravam em repouso reprodutivo. Com base nesses resultados esperamos realizar coletas durante o inverno e primavera, e reproduzi-los aplicando e desenvolvendo metodologias para isso. O estabelecimento e utilização destes métodos poderão servir de ferramenta para o refinamento de padrões de qualidade, baseados em organismos sensíveis e representativos do ambiente marinho, visando à maior proteção das comunidades aquáticas.

Palavras-chave: Testes de toxicidade, estágios iniciais do desenvolvimento, cobre.






AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL EM BIOMARCADORES BIOQUÍMICOS NO MEXILHÃO Brachidontes sp
 MAURÍCIO MONTEIRO1, REGINA COIMBRA2, JULIANA SANDRINI1,2
1Curso Superior de Tecnologia em Toxicologia Ambiental - FURG
2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas - Fisiologia Animal Comparada - FURG, Rio Grande, RS, Brasil.

                Atividades antropogênicas têm acarretado na liberação de uma série de contaminantes no ambiente, os quais acabam chegando aos corpos d’água e acabam  por interferir na qualidade destes ecossistemas. Neste sentido, programas de monitoramento eficientes devem ser empregados a fim de avaliar a qualidade ambiental. Com base neste panorama, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade de enzimas-chave do sistema de defesas antioxidantes do mexilhão Brachidontes sp como possíveis ferramentas para o biomonitoramento ambiental.
Os mexilhões da espécie Brachidontes foram coletados em três pontos do litoral sul do Rio Grande do Sul com diferentes históricos de contaminação. Como pontos controle foram escolhidos o “navio encalhado”, localizado na praia do Cassino (Rio Grande) e o Farol Conceição localizado na praia do Mar Grosso (São José do Norte). Como ponto poluído foi escolhido os Molhes da Barra, localizado na cidade de São José do Norte, o qual tem influência do Porto do Rio Grande e de toda a saída da Laguna dos Patos. Após a coleta, os animais foram dissecados e amostras de brânquias foram homogeneizadas em tampão Tris-EDTA e então utilizadas para as análises de atividade enzimática da glutationa S-transferase (GST), superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). A atividade da enzima CAT foi significativamente reduzida (p<0,05) no local contaminado com relação a um dos pontos controle (Farol da Conceição). Não foi encontrada alteração significativa quanto a atividade da GST e SOD (p>0,05). Devido a CAT ser uma enzima envolvida nas defesas antioxidantes celulares, estes resultados indicam uma supressão das defesas antioxidantes nas brânquias de mexilhões dos Molhes da Barra, o que pode resultar em aumento dos danos oxidativos nestes animais. É importante ressaltar que este local encontra-se sob influência portuária e exibe um histórico de contaminação ambiental por xenobióticos diversos. Este resultado pode estar indicando a presença de algum mecanismo compensatório ou de adaptação bioquímica à exposição crônica a poluentes, já demonstrado em outras situações. Devido a esta alteração da atividade da CAT em função do local de coleta dos organismos, esta enzima mostrou potencial para ser utilizada no futuro como um biomarcador de poluição aquática.

Palavras Chave: biomonitoramento, biomarcadores, Brachdontes. 



SENSIBILIDADE DE ORGANISMOS MARINHOS AO COBRE: IMPLICAÇÕES PARA A REGULAMENTAÇÃO DA EMISSÃO DE METAIS EM CORPOS HÍDRICOS
ROBSON RABELO VELASQUES1,2, MARCELA LOPEZ ALVEZ1,3, MARCELO MORAES SIMAS1,3, ADALTO BIANCHINI1 & SAMANTHA ESLAVA MARTINS1
1Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Instituto de Ciências Biológicas, Rio Grande, RS, Brasil, 2Curso de Tecnologia em Toxicologia Ambiental, 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas – Fisiologia Animal Comparada
Email: robson_velasques@yahoo.com.br

Testes toxicológicos são uma importante ferramenta para avaliar os possíveis efeitos adversos de uma determinada substância ou amostra ambiental, visto que são ensaios conduzidos para determinar a relação entre os níveis de um determinado poluente, e os efeitos que este causa no ambiente. São inúmeras as utilidades de testes toxicológicos tais como determinar a toxicidade de um composto, mistura ou efluente; avaliar a toxicidade relativa de diferentes substâncias; avaliar a qualidade das águas, solos e sedimentos; estimar impactos e acidente. Entretanto o presente estudo tem como objetivo avaliar a sensibilidade de diferentes espécies frente a exposição ao cobre, para futuramente auxiliar no estabelecimento de limites máximos de lançamento de efluentes ou avaliar a necessidade de tratamento desses efluentes, visando atender aos padrões estabelecidos pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) através das Resoluções 357/05 e 430/11. As espécies estudadas no trabalho foram o copépode  Acartia tonsa na fase naupliar, que se mostrou a mais sensível dentre as espécies analisadas, com CL50 de 42,37 µg/L.  Esta espécie é cosmopolita, apresenta ciclo de vida curto e é de fácil cultivo e manutenção em laboratório. No sul do Rio Grande do Sul, é espécie dominante da comunidade zooplanctônica das regiões estuarinas e costeiras. Para adultos do misídeo Metamysidopsis elongata atlantica, a CL50 foi de 90 µg/L. O gastrópode Anachis isabellei apresentou CL50 de 169  µg/L,  juvenis do pampo-malhado Trachinatus marginatus apresentaram CL50 de 449 µg/L, juvenis do marisco branco Mesodesma mactroides mostraram CL50 de 505 µg/L, e para juvenis do siri-chita  Arenaeus cribarius, a CL50 foi estimada em 687 µg/L. Este estudo comparativo indicou que organismos presentes em um mesmo ecossistema podem reagir de maneira diferente frente a exposição a um mesmo contaminante, e denotando a importância da utilização de diferentes grupos taxonômicos para melhor estabelecimento de padrões de qualidade. Além disso, apontou o copépode A. tonsa como um modelo biológico adequado para o emprego em testes de toxicidade, com vistas a regulamentação ambiental.
                                                                                                      
Palavras-chave: toxicidade aguda, microcrustáceos, macrocrustáceo, moluscos, teleósteo.

















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